A Romanização da Península Ibérica
Os Romanos começaram a conquista da Península Ibérica por volta do ano 218 a. C., durante a Segunda Guerra Púnica, entre Roma e Cartago. A conquista da Península iria demorar até 19 a. C., no tempo de Augusto, dada a enorme resistência dos povos peninsulares ao assédio romano. A conquista foi-se estendendo do sul para o norte, mais montanhoso, onde era mais fácil resistir.
Mal os Romanos chegaram à Península, logo se fez sentir a influência da sua civilização. Conforme iam dominando as várias regiões peninsulares, assim impunham as suas estruturas sociais, a sua forma de vida, as suas leis, acabando por dominar e influenciar profundamente, e para sempre, toda a Península-Ibérica. É a toda esta acção e influência da civilização de Roma que se chama romanização.
A língua latina acabou por se impor como língua oficial, funcionando como factor de ligação e de comunicação entre os vários povos.
A influência romana fez-se sentir também na religião e nas manifestações artísticas. Tratou-se, pois, de uma influência profunda, sobretudo a sul, zona primeiramente conquistada.
A Arquitectura
Tal como no resto da Europa Ocidental, também em Portugal podemos encontrar vestígios da civilização romana dispersos por todo o país (infelizmente a maior parte em mau estado de conservação).
Os Templos
A imposição das leis, do culto e da língua do império (o latim) aos territórios romanizados, não significou a aniquilação das culturas que aí encontraram. Os romanos respeitaram as tradições e os cultos locais, o que se reflectiria na arquitectura religiosa local. O Templo de Évora, falsamente chamado de Diana, é o mais erudito dos edifícios latinos e provavelmente de culto imperial. Obra do século II, pertence à ordem coríntia.
As Termas
Como sabemos, a construção de termas ou balnea, corresponde a um autêntico fenómeno urbano. Cumprindo naturais funções sanitárias e higiénicas as termas eram uma instituição social: ali se praticava ginástica e sauna, se lia e se ouvia música e poesia, se conversava e se tratava de negócios.
As infra-estruturas seguem o modelo de Roma: a entrada, os vestiários, as salas de massagem, a sauna, a piscina, os tanques de água quente, morna e fria. A fornalha subterrânea aquecia a água que permitia distribuir ar quente sob os pavimentos através de canalizações próprias.
A Arquitectura Doméstica
Neste domínio temos exemplos das insula (prédio urbano de rendimento) e das domus (residências urbanas), bem representados em Conímbriga. A arquitectura doméstica rural reproduz os modelos da cidade nas villae, tanto na organização funcional como na decoração em mosaico.
As casas organizavam-se em torno de um átrio, forticado e ajardinado, que é o centro da casa.
Pontes e Aquedutos
Estas construções, além de constituírem vectores de desenvolvimento do território e de humanização das paisagens, ficaram como testemunhos da capacidade técnica e do sentido estético da civilização romana. As pontes de Ponte de Lima, de Chaves, de Vila Formosa, da Assureira, de Vila Ruiva, e o aqueduto de Conímbriga, são os exemplos mais significativos.
¨ Mérida
Nos finais do século I a. C. Publio Carisio, por ordem do imperador Octávio Augusto decidiu assentar os soldados veteranos das legiões V e X sobre a antiga e estratégica povoação de Mérida no centro da região estremenha nas margens do rio Guadiana.
Durante séculos e até à queda do império romano do Ocidente, Mérida foi um importantíssimo centro jurídico, económico, militar e cultural, sendo esta capital um dos centros administrativos romanos mais importantes do ocidente peninsular.
Hoje, o seu conjunto arqueológico foi declarado Património da Humanidade pela UNESCO em Dezembro de 1993.
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