segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Biblioteca Mundial Digital

Vale a pena espreitar, é só clicar no link e já está. Encontram milhares de livros e documentos à vossa disposição de todo o mundo.

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sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Ficha formativa de História A - Teste nº 2

Esta ficha é de revisão da matéria dada para o seu segundo teste sumativo. Resolva-a atentamente e tire as suas dúvidas na aula de revisões.


Objectivos para o teste:


v     Explicam as condições que permitiram aos romanos conquistar e manter o seu extenso império.
v     Conhecem que tipo de governo foi o Império.
v     Conhecem os factores de coesão do Império Romano.
v     Explicam a importância que tiveram as cidades na organização e administração do Império Romano.
v     Relacionam a cultura e o urbanismo com a unidade e as formas de poder do Império Romano.
v     Conhecem as formas e os agentes da Romanização.


Conceitos Império, Triúnviro, Culto imperial, Senado, Magistraturas, Direito, Município, Direito de Cidade, Pragmatismo, Urbanismo, Fórum, Urbe, Romanização, Aculturação.


1. Roma Cidade Ordenadora de um Império Urbano.

1. A partir do seu manual, refira as condições geográficas e naturais da península itálica.

2. Indique os povos que chegaram à península itálica a partir do século XII a.C. e que contribuíram de forma marcante para a formação do povo romano.


"O mundo inteiro estava nas mãos dos romanos vitoriosos. Possuíam o mar e as terras e o duplo campo das estrelas e não estavam saciados. As suas quilhas, que as cargas faziam pesadas, sulcavam as ondas."
Petrónio, Satiricon

3. Indique as motivações que estiveram na base das conquistas romanas.

4. Relacione a importância da rede viária com os interesses económicos, políticos e militares dos romanos.

5. Comente a seguinte afirmação:"A civilização romana é por natureza, um fenómeno urbano. (...) Nela se revela a disciplina do Estado e a ordem necessária ao interesse geral e aos interesses particulares. A cidade constitui a síntese da própria civilização."
6. A partir do seu manual, explique os motivos que estiveram na base da passagem da República para o Império.

7. Indique os poderes atribuídos ao Imperador.

8. Comente a seguinte afirmação "Com o Império, o povo e o Senado romanos conservam apenas um poder aparente."

9. Explique a importância do Direito romano como forma de organizar o império e de instituir o poder central.


2. A Afirmação Imperial de uma Cultura Urbana Pragmática
 "Não possuía Roma um aspecto digno da majestade do Império e, por outro lado, estava sujeita a inundações e a incêndios. Augusto embelezou-a de tal forma que se pôde vangloriar de a deixar em mármore, após a ter recebido em tijolo.
Suetónio, Vidas dos Doze Césares – Octávio Augusto, XXIX, cit.

10. Relacione a monumentalidade das estruturas urbanas e arquitectónicas com a afirmação do poder político.

11. Explique os motivos por que se afirma que a arte romana reflecte um carácter utilitário, funcional e mesmo social.


3. A Romanização da Península Ibérica


12. Mencione os vários agentes e processos de romanização usados pelos romanos.
13. Refira as principais alterações provocadas pela romanização no modo de vida dos povos peninsulares.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

A Romanização da Península Ibérica


Os Romanos começaram a conquista da Península Ibérica por volta do ano 218 a. C., durante a Segunda Guerra Púnica, entre Roma e Cartago. A conquista da Península iria demorar até 19 a. C., no tempo de Augusto, dada a enorme resistência dos povos peninsulares ao assédio romano. A conquista foi-se estendendo do sul para o norte, mais montanhoso, onde era mais fácil resistir.
Mal os Romanos chegaram à Península, logo se fez sentir a influência da sua civilização. Conforme iam dominando as várias regiões peninsulares, assim impunham as suas estruturas sociais, a sua forma de vida, as suas leis, acabando por dominar e influenciar profundamente, e para sempre, toda a Península-Ibérica. É a toda esta acção e influência da civilização de Roma que se chama romanização.

A língua latina acabou por se impor como língua oficial, funcionando como factor de ligação e de comunicação entre os vários povos.
A influência romana fez-se sentir também na religião e nas manifestações artísticas. Tratou-se, pois, de uma influência profunda, sobretudo a sul, zona primeiramente conquistada.


A Arquitectura

Tal como no resto da Europa Ocidental, também em Portugal podemos encontrar vestígios da civilização romana dispersos por todo o país (infelizmente a maior parte em mau estado de conservação).

Os Templos

A imposição das leis, do culto e da língua do império (o latim) aos territórios romanizados, não significou a aniquilação das culturas que aí encontraram. Os romanos respeitaram as tradições e os cultos locais, o que se reflectiria na arquitectura religiosa local. O Templo de Évora, falsamente chamado de Diana, é o mais erudito dos edifícios latinos e provavelmente de culto imperial. Obra do século II, pertence à ordem coríntia.

As Termas

Como sabemos, a construção de termas ou balnea, corresponde a um autêntico fenómeno urbano. Cumprindo naturais funções sanitárias e higiénicas as termas eram uma instituição social: ali se praticava ginástica e sauna, se lia e se ouvia música e poesia, se conversava e se tratava de negócios.
As infra-estruturas seguem o modelo de Roma: a entrada, os vestiários, as salas de massagem, a sauna, a piscina, os tanques de água quente, morna e fria. A fornalha subterrânea aquecia a água que permitia distribuir ar quente sob os pavimentos através de canalizações próprias.
           
A Arquitectura Doméstica

Neste domínio temos exemplos das insula (prédio urbano de rendimento) e das domus (residências urbanas), bem representados em Conímbriga. A arquitectura doméstica rural reproduz os modelos da cidade nas villae, tanto na organização funcional como na decoração em mosaico.
As casas organizavam-se em torno de um átrio, forticado e ajardinado, que é o centro da casa.

Pontes e Aquedutos

Estas construções, além de constituírem vectores de desenvolvimento do território e de humanização das paisagens, ficaram como testemunhos da capacidade técnica e do sentido estético da civilização romana. As pontes de Ponte de Lima, de Chaves, de Vila Formosa, da Assureira, de Vila Ruiva, e o aqueduto de Conímbriga, são os exemplos mais significativos.

¨     Mérida


Nos finais do século I a. C. Publio Carisio, por ordem do imperador Octávio Augusto decidiu assentar os soldados veteranos das legiões V e X sobre a antiga e estratégica povoação de Mérida no centro da região estremenha nas margens do rio Guadiana.

Durante séculos e até à queda do império romano do Ocidente, Mérida foi um importantíssimo centro jurídico, económico, militar e cultural, sendo esta capital um dos centros administrativos romanos mais importantes do ocidente peninsular.

Hoje, o seu conjunto arqueológico foi declarado Património da Humanidade pela UNESCO em Dezembro de 1993.






sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Roma em 3D

O Império Romano foi um dos maiores momentos da História da Humanidade. Descubram alguns dos testemunhos desta brilhante e também violenta Civilização.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

O Modelo Romano


Roma, Cidade ordenadora de um império urbano



 Tal como a Grécia, a Península Itálica foi invadida em 1200 a.C. por povos de origem indo-europeia. Na foz do rio Tibre Latinos e Sabinos, terão fixado as suas povoações nas férteis planícies do Tibre.
A riqueza da região e os contactos comerciais com a magna Grécia terão originado a cobiça dos Etruscos (Toscânia), que no séc. VIII a.C. terão conquistado o Lácio. Governaram o território em regime monárquico.
Promoveram a primeira urbanização de Roma (urbanização, esgotos, templos, muralhas...);
Dotação da cidade das suas primeiras instituições;
Conhecimentos alargados da civilização e do alfabeto grego.
Em 509 a.C. a realeza etrusca é substituída por uma república aristocrática (patrícios); ou seja as magistraturas e o Senado são exercidos pela classe patrícia. Esta passagem não foi pacífica, uma vez que existiram lutas internas pelo acesso ao poder dos plebeus.
O traço mais característico da história de Roma sob este período é a expansão. Em 400 anos Roma transformou-se de uma simples cidade estado à capital de um grande império.


Motivações para as conquistas:
 Necessidade de defesa e de assegurar os território
 Orgulho desenvolvido com as vitórias (os romanos, povo eleito e vitorioso
O desejo de riquezas: homens de negócio; soldados com o saque.

As terras conquistadas não são somente importantes do ponto de vista comercial, mas também importantes com as pilhagens, que dão origem à acumulação de grandes riquezas.

Para além do mediterrâneo como via comercial e de extensão de poder, as estradas, pontes e aquedutos são essenciais para o domínio dos territórios conquistados. As estradas deixavam passar os exércitos e o armamento. (a rede viária atingiu 100.000 km de estradas).

Os grandes centros de negócio situam-se nos portos ou nos cruzamentos das estradas. O domínio do comércio marítimo é evidente, mas a civilização romana é um fenómeno essencialmente urbano. É a cidade que fomenta os contactos e promove o progresso.


A Cidade

O Império Romano era um imenso território com 3300 km2, com cerca de 70 milhões de habitantes e 10.000 km de fronteiras. Roma, capital do império tinha cerca de 1 milhão de habitantes.

A Cidade, constitui a síntese da própria civilização e ela é o reflexo da organização do próprio império. Era em Roma que residia o imperador, centro do poder, reunia as principais instituições e monumentos (fóruns, basílicas, templos, teatros, bibliotecas, mercados...)

Porém, com o crescimento da própria cidade há que acabar com a sujidade, ruas estreitas, e executar um plano de urbanização adequado: edifícios com vários andares, lojas no rés-do-chão e até um sistema de aluguer de quartos -os insulae. Para os mais ricos moradias.

À semelhança de Roma muitas outras cidades nascem, e a sua urbanização segue os modelos de Roma, com estradas, ruas pavimentadas e decoradas com estátuas e arcos do triunfo, termas, bibliotecas.

A Institucionalização do Poder Imperial

As guerras de alargamento do império conduzem a tensões sociais internas a nível político.

No sec. I a.C. a glória dos generais, substituem um regime político civil por um regime político militar os Triunviratos generais (3), que partilham entre si o poder:
                        1º- César + Pompeu + Crasso
                        2º Octávio + Marco António + Lépido

Destes, há a destacar Júlio César, que depois das vitórias na Gália, assume o poder em regime ditatorial e implementa um conjunto de grandes reformas. Esta atitude valeu-lhe a morte em pleno Senado.

Depois da sua morte, é no 2º Triunvirato que irá surgir o 1º imperador de Roma Octávio, aniquila os seus rivais e toma conta do poder.

O segredo está na conservação das instituições republicanas e na concentração de poderes nas suas mãos.
Funções do Imperador:

Poder de decidir da paz e da guerra;
Chefe militar supremo (único a usar o manto de púrpura;
Recebe o poder tribunício - defesa dos interesses da plebe, poder de legislar          sempre que a situação o exija; aprecia as leis no Senado e são suas as propostas     de lei.
Cargo de Pontifex maximus – chefe religioso (toma o nome de Augusto nome        atribuído ao detentor da autoritas).
O Imperador, tem ainda as funções de Censor e Cônsul, i.e. governa e administra as províncias.
Este poder é ainda acompanhado por uma institucionalização do culto imperial, que se torna extremamente importante nas províncias; adorar o imperador é adorar Roma.

Um dos problemas que se colocava era o da sucessão, uma vez que o poder é considerado por delegação do povo romano, logo não é sucessório pela hereditariedade (apesar das características monárquicas do regime). Esta sucessão originou, muitas vezes lutas sangrentas, e é nestas alturas que surgem os candidatos apoiados pelos exércitos os generais.


Imperadores Romanos nos séculos I e II


Césares
                        Augusto (27 a.C.-14 d.C.)
                        Tibério (14-37)
                        Calígula (37-41)
                        Cláudio (41-54)
                        Nero (54-68)

Flavianos
                        Vespasiano (69-79)
                        Tito (79-81)
                        Domiciano (81-96)

Antoninos
                        Nerva (96-98)
                        Trajano (98- 117)
                        Adriano (117-138)
                        Antonino (138-161)
                        Marco Aurélio (161-180)
                        Cómodo (180.192)


 Os Órgãos do Poder - A edificação do aparelho administrativo


O Senado:
           
            Constituído por 600 elementos
            Administra Roma e a península itálica e dirige algumas províncias
            Cunha moeda, controla os impostos
            Emite pareceres com força de lei


Os Comícios
           
            Perdem poder com o império mas confere os poderes ao imperador (tribunícia potestas)

Magistrados
           
            São escolhidos pelo Senado, mas o seu poder político foi diminuido pelo imperador
            São 5 os tipos de magistrados:

            Cônsul: cargo honorífico
            Pretores: para os assuntos judiciários
            Tribunos: passam ao serviço do imperador
            Edis: funções fiscalizadoras
            Questores: assuntos financeiros.


Novos Órgãos do Poder

            Conselho Imperial: composto por 20 membros (senadores e magistrados), que preparavam as decisões que posteriormente seriam levadas ao Senado – centro do governo e motor da administração central

            Para além deste, Augusto criou um corpo de funcionários, na sua dependência que respeitavam a administração central e local.
            Entre os seus elementos, contam-se o Perfeito do Pretório: cargo de 2ª figura do estado, comandante da guarda imperial.
            Existiam ainda os Perfeito da Cidade
                                         Perfeito das Vigílias (incêndios)
                                         Legados das províncias (príncipes)
                                         Procuradores, secretários...
Fontes do Direito Romano:

            O Direito é uma das formas de regular a vida pública e um dos maiores legados da civilização romana.

            1- Lei das 12 Tábuas: redigida por volta de 450 a.C., foi uma das formas encontradas para uniformizar o direito consuetudinário e impedir e precaver das arbitrariedades dos patrícios romanos.

            2- O Trabalho Jurídico dos magistrados romanos (senado, pretores...)

            3- A obra dos Jurisconsultos, estudiosos jurídicos (destacam-se neste trabalho        Cícero e Gaio).

            4- Os consultores dos Senado (Senátus-consultos)

            5- As constituições imperiais, resoluções do imperador com força de lei.

O Direito durante a República

            A existência do Direito é o elemento fundamental da constituição do Estado.

            O Direito regula a vida dos cidadãos; havia um corpo de leis que definia aos direitos e deveres dos cidadãos.

            A prática da justiça é da responsabilidade dos Pretores; o pretor urbano trata dos processos referentes aos cidadãos, o pretor peregrino o dos referentes aos estrangeiros.
Os restantes são os das províncias e são os Propretores.
           
O Direito durante o Império

            A partir de Augusto, a acção do imperador reforça-se sobre a actividade legislativa. De tal modo que o Imperador Adriano, acabará com o direito pretoriano.

     As decisões imperiais são preparadas pelos Jurisconsultos (juristas).
     Nas províncias o cargo recai sobre o Governador.
    Para evitar a arbitrariedade, o cidadão pode sempre apelar aos tribunais centrais em Roma, pelo Senado (nas províncias senatoriais ou pelo imperador, nas províncias imperiais).



A afirmação imperial de uma cultura urbana pragmática

O pensamento e a cultura romana foram essencialmente de carácter pragmático e utilitário. A cultura romana impôs-se pela sua inteligência prática vocacionada para a resolução dos problemas.
 Foi igualmente uma cultura de síntese já que se apresenta como uma amálgama criativa e original de várias influências culturais que foi recebendo e assimilando ao longo da expansão territorial, sabendo que a maior foi sem sombra de dúvida a da civilização helenística, na religião, na arte, na língua, na vida quotidiana.

A padronização do urbanismo e a fixação de modelos arquitectónicos e escultóricos

Monumentalidade do urbanismo: construção de espaços concebidos para simbolizar e reflectir poder e grandeza;

Principais preocupações urbanísticas dos romanos:

1.      Realização de traçados urbanos e das suas principais vias de circulação;
2.      Lançamento de sistemas de esgotos e de abastecimento de água;
3.      Apetrechamento de equipamentos modernos.
 As principais áreas da cidade eram:

No período da República, em torno do Fórum (praça pública), foram erigidos os edifícios mais importantes da cidade – os templos, o Senado, a cúria, a basílica. Mais perto da periferia e mais fáceis de abastecimento de água estavam os edifícios recreativos, as termas, os teatros, os anfiteatros e os estádios.
           
No período do Império foram surgindo diversas reformas que alteraram a fisionomia da urbe (cidade); foram construídos novos fóruns, palácios imperiais, basílicas, arcos do triunfo, novos templos, anfiteatros como o Coliseu.


A Arquitectura
A Arquitectura é a arte que melhor revela o espírito e o génio romano. Pragmática e funcional a arquitectura romana preocupou-se essencialmente com a resolução de aspectos práticos e técnicos da arte de construir, respondendo com soluções criativas e inovadoras às crescentes necessidades demográficas, económicas, políticas e culturais da Cidade e do Império.

 Principais características da arquitectura Romana


1.      Variedade e plasticidade dos materiais utilizados; à madeira, pedra e mármore os romanos juntaram o “opus carmenticium” uma espécie de argamassa de cal e areia a que adicionavam pedaços de calcário, cascalho e restos de materiais vulcânicos. Com isto os romanos inventaram uma espécie de pasta moldável enquanto húmida, semelhante ao actual cimento ou betão que depois de seca, se igualava à pedra na solidez e consistência.

2.      Utilização de diversos almofadados em pedra ou em tijolo que escondiam o rugoso das construções e aplicação de revestimentos exteriores feitos em relevo com estuque, placas de mármore, mosaicos e estuques pintados.

3.      Criação de novos sistemas construtivos. Estes tomaram por base o arco e as construções que dele derivam: abóbadas, cúpulas e as arcadas. A sua utilização associada aos novos materiais permitiu aos Romanos criar deferentes tipologias de edifícios, diversificar as plantas, projectar compartimentos mais amplos e articular melhor os espaços interiores.

4.      Desenvolvimento das técnicas e dos instrumentos de engenharia. Os Romanos assumiram a engenharia como suporte da arquitectura, fornecendo-lhe uma base científica. Faziam estudos de topografia e orografia (estudo dos rios), possuíram técnicas de terraplanagem, inventaram as cofragens (dispositivo de madeira destinado a conter as massas de betão fresco), os cimbres (armação de madeira que suporta ou molda os arcos ou abóbadas) e o metal para fortalecer as juntas entre os blocos de pedra ou nas zonas de maior pressão dos edifícios.

5.      Associaram o génio inventivo e o sentido prático à solidez, uma maior economia de materiais, meios e mão-de-obra.

6.      Ao barroquismo (exagero) da decoração, acrescentaram as ordens arquitectónicas gregas: colunas, capitéis, entablamentos, frontões com sentido decorativo e não arquitectónico. Além disso modificaram-nas nas proporções e nas formas, chegando mesmo a criar duas ordens novas, a toscana e a compósita (mistura de géneros). As mais usadas foram a coríntia e a compósita.

Principais características dos templos:

¨     Erguiam-se sempre sobre um pódio;
¨     Possuíam um carácter frontal, com a fachada assinalada pelo pórtico e pelas escadarias de acesso ao templo (ao contrário do templo grego que era omnilateral);
¨     Eram geralmente de planta rectangular e tinham uma só cella, fechada;
¨     Encontravam-se orientados no terreno, seguindo o eixo axial da cella;
¨     Na maioria das vezes não tinham peristilo;


A Escultura

¨     A escultura romana teve as suas raízes na escultura etrusca e grega. Foi com a estatuária (retrato e estátua-retrato) e com os relevos históricos que a escultura romana atingiu a sua personalidade.

¨     A escultura romana, tal como a arquitectura foi de tradição helenística (grega). Mas, por detrás de todo o processo de admiração e realização, sentimos uma inspiração eminentemente romana: a expressão de poder que se sobrepõe à busca de beleza. Agora trata-se de glorificar as proezas militares e políticas dos imperadores, tornando-se um assunto legítimo de ser representado.

A Romanização da Península Ibérica


            Os Romanos começaram a conquista da Península Ibérica por volta do ano 218 a. C., durante a Segunda Guerra Púnica, entre Roma e Cartago. A conquista da Península iria demorar até 19 a. C., no tempo de Augusto, dada a enorme resistência dos povos peninsulares ao assédio romano. A conquista foi-se estendendo do sul para o norte, mais montanhoso, onde era mais fácil resistir.

Mal os Romanos chegaram à Península, logo se fez sentir a influência da sua civilização. Conforme iam dominando as várias regiões peninsulares, assim impunham as suas estruturas sociais, a sua forma de vida, as suas leis, acabando por dominar e influenciar profundamente, e para sempre, toda a Península-Ibérica. É a toda esta acção e influência da civilização de Roma que se chama romanização.
A língua latina acabou por se impor como língua oficial, funcionando como factor de ligação e de comunicação entre os vários povos.
A influência romana fez-se sentir também na religião e nas manifestações artísticas. Tratou-se, pois, de uma influência profunda, sobretudo a sul, zona primeiramente conquistada.

A Arquitectura

Tal como no resto da Europa Ocidental, também em Portugal podemos encontrar vestígios da civilização romana dispersos por todo o país (infelizmente a maior parte em mau estado de conservação).

Os Templos

A imposição das leis, do culto e da língua do império (o latim) aos territórios romanizados, não significou a aniquilação das culturas que aí encontraram. Os romanos respeitaram as tradições e os cultos locais, o que se reflectiria na arquitectura religiosa local. O Templo de Évora, falsamente chamado de Diana, é o mais erudito dos edifícios latinos e provavelmente de culto imperial. Obra do século II, pertence à ordem coríntia.

As Termas

Como sabemos, a construção de termas ou balnea, corresponde a um autêntico fenómeno urbano. Cumprindo naturais funções sanitárias e higiénicas as termas eram uma instituição social: ali se praticava ginástica e sauna, se lia e se ouvia música e poesia, se conversava e se tratava de negócios.
As infra-estruturas seguem o modelo de Roma: a entrada, os vestiários, as salas de massagem, a sauna, a piscina, os tanques de água quente, morna e fria. A fornalha subterrânea aquecia a água que permitia distribuir ar quente sob os pavimentos através de canalizações próprias.
           

A Arquitectura Doméstica

Neste domínio temos exemplos das insula (prédio urbano de rendimento) e das domus (residências urbanas), bem representados em Conímbriga. A arquitectura doméstica rural reproduz os modelos da cidade nas villae, tanto na organização funcional como na decoração em mosaico.
As casas organizavam-se em torno de um átrio, forticado e ajardinado, que é o centro da casa.


Pontes e Aquedutos

Estas construções, além de constituírem vectores de desenvolvimento do território e de humanização das paisagens, ficaram como testemunhos da capacidade técnica e do sentido estético da civilização romana. As pontes de Ponte de Lima, de Chaves, de Vila Formosa, da Assureira, de Vila Ruiva, e o aqueduto de Conímbriga, são os exemplos mais significativos.